
Aos 68 anos de idade, o caminhoneiro Dalton Santos Alves mora há três anos na área ao lado da BR-285, em Passo Fundo. Depois que o caminhão teve um problema no eixo e sem dinheiro para o conserto, o aposentado teve que abandonar a profissão. Hoje, a cabine do veículo virou a casa dele. Atrás da carroceria, tem até uma cozinha improvisada.
“Nunca fui de fazer malandragem nenhuma. Eu quero arrumar o eixo dele. Porque se eu quiser fazer um trabalhinho com ele tá bom. E eu queria arrumar o eixo. A doença dele é o eixo, mas o dinheiro está curto”, diz ele.
Apesar da falta de recursos, o caminhoneiro decidiu trocar o volante do caminhão ano 75 por uma bicicleta. Todos os dias, ele sai pela rodovia em busca das latas de alumínio que são jogadas na rua e até improvisou uma ferramenta para ajudar no trabalho.
Para conseguir um quilo de alumínio são necessárias 64 latinhas. Dalton já conseguiu encher a carroceria do caminhão, somando quase uma tonelada.
“Eu não fico esperando. Eu vou atrás da latinha. E onde tem latinha eu estou enxergando. Eu não posso sair de perto do caminhão que tem uma aqui, uma lá e vou de trevo a trevo”, comenta ele.
Os amigos ajudam. É o caso do comerciante Paulo Grando, que trabalha no posto bem em frente da casa caminhão do seu Dalton.
“Ele é meu cliente número um. Ele está sempre aí com a gente, né? E a gente colabora com ele e recolhe umas latinhas pra ele pessoas deixam latinhas aqui, né? E ele está aí fazendo a volta. Faz um grande trabalho também, né? Ele pedala muito”.
Dalton foi casado e tem dois filhos, mas perdeu contato com boa parte da família. O sonho dele é fazer o velho motor do Mercedes voltar a roncar e quem sabe retomar a vida na estrada. Sem perder o bom humor.
“Eu dou risada comigo mesmo. É o tio Patinhas. O tio Patinhas não juntava moedas e tinha aquele cerro de moedas? Eu sou igual a ele, por que a cada latinhas dessas aqui é uma moeda. Pequena mas é”.
Fonte: G1 rs
Nenhum comentário:
Postar um comentário