Transportadores pedem pavimentação da BR-163

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Caminhoneiros sem comida e sem água, veículos atolados e alguns tombados. Mais de 50 quilômetros de congestionamento. Parte da carga perdida, prejuízos milionários, contratos não cumpridos. Essa foi a situação vivenciada ao longo de quase 20 dias por quem depende da BR-163 para realizar o transporte de cargas entre o Mato Grosso e o Pará, no sudoeste do estado paraense. 

A BR é a mais importante rodovia para escoamento da soja entre o maior produtor do grão no Brasil (MT) e os terminais portuários do Norte (especialmente Santarém e Miritituba), de onde a commodity é exportada. Mas, sem pavimentação ao longo de 190 quilômetros de extensão e com as chuvas, a rodovia federal se transformou num atoleiro.

Entre essa quinta (2) e esta sexta-feira (3), serviços de manutenção emergenciais realizados pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) permitiram que o tráfego pudesse ser, aos poucos, retomado. Mas os danos já estão causados. “A situação é de calamidade, nunca ocorreu algo assim. Em pleno 2017, temos uma rodovia federal praticamente intrafegável”, diz o secretário do Sindmat (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Mato Grosso), Claudio Rigatti. 

A empresa dele ficou com 12 caminhões, além de agregados, parados em razão do problema por praticamente duas semanas. Com a situação, precisou enviar ajuda aos motoristas, como comida e água. “Imagine o motorista lá, 15, 18 dias em estado de calamidade. Sem poder comer, dormir direito, tomar banho”. O auxílio foi para os trabalhadores da empresa, os contratados e outros caminhoneiros que passaram pelas mesmas dificuldades. “O prejuízo é grande, para nós, embarcadores e, principalmente, para os produtores e para as exportadoras, porque não tem estrada para transportar”, complementa. 

O governo federal anunciou a formação de um grupo de trabalho e de um comitê gestor local para garantir a trafegabilidade na via e a assistência aos transportadores. Para Rigatti, a solução é momentânea. Por isso, destaca a importância da pavimentação: “Se a rodovia não for asfaltada, no ano que vem vai acontecer a mesma coisa. Senão eu acho que muitos transportadores, muitos caminhoneiros, vão começar a se negar a ir para lá”.

Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e o Ministério da Agricultura, as ações emergenciais, como o controle de tráfego e o trabalho de drenagem devem garantir a circulação dos veículos de cargas. 

Fonte: Agência CNT de Notícias 

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