Sindicato aceita proposta do governo federal, mas caminhoneiros dizem que não vão deixar rodovias em Goiás

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Após a última proposta do governo federal, o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Goiás (Sinditac-GO) informou, nesta segunda-feira (28), que as medidas atendem às reivindicações da categoria, que protesta há oito dias contra a alta do diesel e por um piso para o frete. No entanto, a entidade afirma que não tem controle sobre todos os caminhoneiros e, assim, não pode garantir que as rodovias serão liberadas.
“Eu acredito que o governo vai nos atender, mas 95% não acreditam e só vão desobstruir após a votação e publicação no Diário Oficial. Não temos controle sobre todos”, disse ao G1 o presidente do Sinditac-GO, Vantuir José Rodrigues.
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), anunciou, no domingo (27), a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, o estabelecimento de uma tabela mínima dos fretes e a isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais, estaduais e municipais.
Filho de caminhoneiro e motorista de carreta há 5 anos, Paulo Roberto Magalhaes de Melo Filho, 26 anos, está entre os integrantes da categoria que seguem com a paralisação. Ele participa da manifestação na GO-020, em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.
“Não vamos deixar as rodovias do mesmo jeito porque não estamos pedindo esmola, é o nosso direito. Não são só os caminhoneiros, a população em geral também quer ajuda. Só vamos deixar as rodovias se o diesel ficar menos de R$ 3, a gasolina menos de R$ 3,5, o etanol a menos de R$ 2 e o gás menos de R$ 80”, afirmou.
Na manhã desta segunda-feira (28) havia 27 pontos de paralisação em BRs do estado, segundo informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 6h30. Já a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) ainda não divulgou um novo balanço, mas, na noite de domingo (27), informou que eram 47 locais com manifestações.
Sem circulação de mercadorias, a manifestação dos caminhoneiros afeta vários serviços, como transporte público, distribuição de gás e combustíveis.

Protesto nacional

O protesto dos caminhoneiros, que começou no último dia 21, ocorre em todo o país e cobra a aprovação do Projeto de Lei 528, que estabelece um piso para o frete de combustíveis no país. Além disto, a categoria reivindica a redução no preço do óleo diesel e a criação de uma tabela compensatória, que pague aos motoristas por km rodado.
No sábado (26), o governador de Goiás, José Eliton (PSDB), decretou situação de emergência por conta dos protestos. Com a medida, na prática, a administração estadual pode, entre outras ações, disponibilizar recursos para o custeio de procedimentos emergenciais e utilizar as forças de segurança para garantir a livre circulação dos meios de transporte.
Três decisões judiciais em Goiás também determinam o desbloqueio das vias. Em uma delas, um juiz de Anápolis determinou, segundo apuração da TV Anhanguera, multa de R$ 20 mil por hora para caminhoneiros que ocupam 5 rodovias federais em 13 cidades da região central. O Tribunal de Justiça de Goiás apura, nesta segunda-feira, se alguma multa já foi aplicada.

Fonte: G1

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