Bombeiros fazem buscas na região onde caminhoneiro desapareceu em Bom Jesus no RS

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O Corpo de Bombeiros Militar (CBM), em auxílio à Polícia Civil de Vacaria, retomou nessa segunda-feira (7) as buscas por Luciano Boeira Melos, na localidade de Caraúno, interior de Bom Jesus. O local é próximo da região onde o caminhoneiro saiu para se encontrar com uma mulher no dia 26 de julho e não foi mais visto.

Conforme o capitão Vinicius Manfio, o ponto das buscas dessa segunda-feira é de difícil acesso. A chuva no município prejudicou o trabalho dos bombeiros. A procura foi encerrada no início da noite e retomada nesta terça-feira (8), por volta de 6h. Três bombeiros de Vacaria foram para o local levando equipamentos de rapel.

O delegado responsável pelo caso, Gustavo Costa do Amaral, afirmou que as investigações não apontam para que o caminhoneiro tenha desaparecido por conta própria e que, até o momento, a Polícia Civil acredita em um possível crime. 

Na sexta-feira (4), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em três endereços relacionados ao caso do desaparecimento. Foram apreendidos oito telefones celulares e uma arma de fogo registrada. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) periciou os três endereços e quatro veículos. Os materiais colhidos serão encaminhados para laboratório.

Relembre o caso

Luciano desapareceu no dia 26 de julho, após sair de casa para encontrar uma mulher. Ele é conhecido na comunidade como Bigode e trabalha como caminhoneiro. Segundo familiares e áudios encaminhados por ele a um amigo, ele saiu de moto da região de Hortêncio Dutra, interior do município, depois de receber uma mensagem da mulher pedindo para que os dois se encontrassem.

Conforme a família, a mulher, que é casada, teria mandado uma mensagem afirmando ter se separado do companheiro. Como ele não retornou para casa, a família acreditou que os dois tivessem fugido. No dia seguinte, quinta-feira (27), familiares viram a mulher e o companheiro em um posto de saúde e começaram a se mobilizar para procurar pelo homem. A mulher confirmou à polícia que ela e Luciano chegaram a se ver no dia 26 de julho. Contudo, ela não viu mais ele após o encontro. A mulher e o marido negam qualquer relação com o desaparecimento.

O delegado informou que não encontrou as mensagens de Luciano no celular da mulher e que ela relatou que tinha o hábito de apagá-las para que o marido não visse. Os celulares de todos os apontados pela família como possíveis envolvidos no sumiço foram analisados e eles forneceram acesso total aos telefones e às residências, segundo o policial.

Quem é Luciano

Luciano é conhecido em Bom Jesus como Bigode e trabalha como caminhoneiro. No dia 30 de julho, quando já estava desparecido, ele completou 27 anos. Segundo a família, Luciano havia reservado um bolo para a comemoração, que teria a presença de pessoas de diferentes locais da cidade. Ele gostava de estar em contato com a natureza, caçar javalis e laçar. A família vive um momento delicado pouco mais de um ano depois de uma perda. Ano passado, um irmão de Luciano morreu em um acidente de moto, aos 21 anos.

O jovem era apelidado de "Nenê", e a perda causou um choque em todos os familiares. O acidente aconteceu em Caraúno, mesma localidade onde Luciano encontrou a mulher no dia 26 de julho antes de desaparecer.

Antes do desaparecimento

No último dia em que foi visto pela família, Luciano, que mora sozinho próximo à casa da mãe, teria feito uma faxina no quintal e dentro da própria residência. Um comerciante que costuma atender a família contou que ele havia feito um pedido para ser entregue na quarta-feira e insistiu pelo cumprimento da data de entrega. Eram dois travesseiros e um edredom novos.

Entre as últimas conversas que teve com a família, Luciano parecia animado e dizia que ficaria com a mulher. Durante o trajeto, Luciano enviou uma mensagem em áudio para outro irmão.

— Estou avisando só tu. Eu estou indo na casa dela lá, ela disse que saiu de casa, que foi para o pai dela. Qualquer coisa você sabe onde eu estou — diz um trecho do áudio que a reportagem teve acesso.

Fonte: Gaucha ZH

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