Caminhoneiros bloqueiam pontos de duas rodovias em Mato Grosso

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Caminhoneiros bloqueiam pontos de duas rodovias federais em Mato Grosso. Eles reivindicam o aumento do frete e reclamam do preço do óleo diesel.

João Bosco Pereira está com o caminhão parado há uma semana. Profissional há 10 anos, ele transporta grãos entre a região produtora no Norte de Mato Grosso e os portos do Sul e Sudeste do país. João reclama que o valor do frete está defasado em pelo menos 50% e diz que, ao final, acaba ficando com muito menos dinheiro do que deveria.
“Para fazer este trajeto de mil quilômetros, em média de R$ 100 a tonelada, eu vou com R$ 3.700 e fico com R$ 1.500 líquidos”, disse.

Em Rondonópolis, 200 quilômetros ao Sul de Cuiabá, já são 300 caminhões parados na estrada. Em Tangará da Serra, os caminhoneiros que apoiam o movimento estacionam os caminhões em postos de gasolina. A organização da manifestação diz que, no total, são três mil caminhões parados. A Polícia Rodoviária Federal não tem estimativas.

“A tabela mínima de frete e o preço do combustível seriam as duas principais reivindicações hoje. Nós gastamos mais de 70% em combustível e o restante não consegue fazer a manutenção do caminhão”, diz Edgar Laurini, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra.

Nem todos estão a favor da paralisação. Fotos mostram caminhões que perderam a carga por não aderirem ao protesto. A manifestação pode prejudicar o transporte do principal produto do estado.

A colheita da soja está só começando. Apenas 5% dos nove milhões de hectares plantados já estão nas carretas. E pior. A capacidade de armazenamento destes grãos é inferior a 50%. Quer dizer, o produtor tem que botar esta carga para rodar.
A concessionária responsável pelas rodovias de Mato Grosso calcula que cerca de 40 mil caminhões trafeguem por dia transportando grãos. 
“Eu já estou há 30 dias fora de casa. Eu não consigo ir lá descarregar, para ir para minha casa para ver minha família”, reclama o caminhoneiro Eder Ferreira.
Segundo a concessionária responsável pelas BRs 163 e 364, o bloqueio não atinge carros de passeio nem os veículos que transportam cargas vivas.
A Associação Nacional dos Exportadores de Grãos declarou que o valor do frete é estabelecido pelas regras do mercado e que não há um preço mínimo determinado por lei.
Fonte: G1

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