'Só pensava nos meus filhos', diz caminhoneiro que escapou da morte em Vale do Sol-RS

O santa-cruzense Adilson Vicente Bruckner, de 47 anos, orgulha-se de dizer que, em 17 anos fazendo viagens na direção de caminhões, nunca havia se envolvido em acidentes. O primeiro, contudo, foi um susto e tanto. O veículo de carga que ele conduzia despencou em um barranco, pouco antes do viaduto Francisco Alves, na RSC-153, em Vale do Sol, na manhã dessa terça-feira. Na queda, Bruckner foi arremessado para fora, mas conseguiu se segurar em uma pedra. Foi o reflexo que salvou o caminhoneiro de despencar de aproximadamente 70 metros.

“Só pensava nos meus filhos”, contou ele, pai de um adolescente de 12 anos e uma menina de 4, um dia depois do acidente, já em recuperação no Hospital Santa Cruz (HSC). Com fraturas nas costelas e ferimentos na cabeça, Bruckner segue em estado estável e conta com a companhia dos filhos e da esposa, Carla, para se recuperar. “Saí ileso, perto do que poderia ter acontecido.”

Motorista de uma empresa de transportes santa-cruzense, ele havia saído de Carazinho e seguia em direção a Santa Cruz do Sul com uma carga de medicamentos. Pouco antes do viaduto, que é também um dos pontos turísticos de Vale do Sol por conta da altura e da paisagem ao redor, o caminhoneiro percebeu que algo não estava certo: em poucos segundos, soou um alarme e o veículo disparou, sem que ele conseguisse controlá-lo. “Chovia muito naquele momento. A pista estava molhada e o caminhão foi deslizando. Foi muito rápido”, relembra.

Durante a queda, o motorista foi arremessado para fora da cabine. “Eu ia cair, mas me agarrei em uma pedra. Nisso, só vi o caminhão passando por cima de mim, girando no ar.” Bruckner recorda que a via estava movimentada naquele momento. Os condutores dos outros carros logo pararam para ajudá-lo e acionaram o socorro. “Muita gente veio me socorrer. Foram eles que chamaram a ambulância do Samu. Eu consegui subir sozinho de volta para a pista”, conta.

Passado o susto, o caminhoneiro se recupera no HSC, sem previsão de alta. Ele, que passou boa parte da vida na direção, ainda não sabe como vai ser depois de sair do hospital, mas avisa: “Acredito que eu vou voltar a trabalhar”.

Fonte: Portal Gaz