"Sou caminhoneiro há 14 anos e sempre gostei de caminhões levantados. Além de bonitos, eles ficam mais firmes. É melhor de dirigir. Atualmente, rodo todo o Brasil com a Joaninha carregando batatas. É um caminhão que não desliza na estrada molhada", diz Comiotto Junior em entrevista para UOL Carros.
Quando perguntado a respeito da fiscalização nas estradas, ele afirma que já recebeu várias multas, mas que, por conta da fama no YouTube, teria ficado "amigo" de alguns policiais. "Hoje em dia, quando policiais rodoviários federais me veem, fazem festa! São meus amigos, sabem que o 'troço' é bonito. Mas já levei muitas multas por causa disso. É aquela coisa: se chegar multa, pago e sigo a vida. Quando apreendem o veículo, a gente acerta e é liberado", afirma. Questionados a PRF (Polícia Rodoviária Federal) sobre as alegações acima e iremos publicar o respectivo posicionamento assim que este for enviado.
Infrações
Segundo o especialista, há agravantes: o veículo é conduzido sem banco do motorista, encosto de cabeça, cinto de segurança e limpador de para-brisa. "Conduzir veículo sem equipamento obrigatório ou estando ineficiente ou inoperante também constitui infração grave, com as mesmas sanções da suspensão irregular", complementa Vieira.
Risco de decapitação
Isso porque, após a alteração nas características originais, não é mais possível garantir parâmetros seguros de estabilidade e frenagem do caminhão. "Mexer no projeto original coloca em risco a segurança do caminhoneiro e de outras pessoas que transitam pelas estradas". Kleinübing alerta que os acidentes envolvendo veículos de carga com traseira elevada podem ser muito mais graves, considerando o grande número de batidas de carros de passeio atrás de caminhões nas rodovias, devido à diferença de velocidade média. "Elevar a traseira eleva o risco de o carro entrar sob o caminhão em caso de uma batida.
Tínhamos esse problema sério no Brasil, que foi resolvido com a obrigação das placas retrorrefletoras e dos para-choques. Esse tipo de acidente é altamente letal porque, quando um carro entra embaixo do caminhão, é muito comum a decapitação dos ocupantes", alerta.
Um levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que, em 2019, 25% dos acidentes em rodovias federais envolveram veículos de carga. As ocorrências com caminhões costumam ser graves, prova disso é que, naquele ano, elas resultaram em 34% de todos os óbitos registrados em estradas. O número é altíssimo, considerando que os caminhões não representam nem 4% da frota brasileira.
Batateiro pede respeito à profissão
Batateiro diz não apoiar o movimento recente de greve dos caminhoneiros, mas diz que é preciso valorizar a profissão.
Segundo ele, os pleitos da categoria não funcionam porque os caminhoneiros autônomos não têm condições financeiras de sustentar uma greve. "Hoje eu coloco pneus novos, troco de caminhão, faço manutenção. O YouTube me abriu muitas portas, mas o caminhoneiro autônomo não consegue fazer isso. Como ele vai ficar dias parados sem trabalhar? Somos a classe mais desvalorizada e sofrida, saímos de casa sem saber se vamos voltar. Não temos nenhum poder. Se a gente para as estradas, leva multa. Como vamos pagar? ", reclama.
Fonte: Uol
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